Disque 190 pede socorro

face novo optFalhas nos teleatendimentos e condições precárias de trabalho dos atendentes do 190 foram discutidos em audiência pública, a requerimento do deputado Sargento Rodrigues, da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira, 22/10/2013.

Dados apresentados durante a reunião mostraram que o teleatendimento da Polícia Militar, o 190, recebe 7 milhões de ligações por ano, sendo 600 mil ligações por mês e 18 a 20 mil por dia.

O Ouvidor de Polícia, Dr. Rodrigo Xavier da Silva, também mostrou que em 2012 houve 1 reclamações de cidadãos contra o serviço e até setembro deste ano, o número já chegou a 111. Segundo o Ouvidor, a qualidade dos serviços prestados por esses policiais é de extrema importância.

Sargento Rodrigues explicou que está no momento da MGS, juntamente com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), rever conceitos e corrigir alguns erros. O teleatendimento deixa muito a desejar. Segundo o parlamentar, o que o moveu para a realização da audiência é o atendimento deficitário, situação que incomoda muito. “Estamos com problemas no sistema de acesso ao banco de dados. Sou autor da Lei 13968/2001, que integra os sistemas da Polícia Civil e da Polícia Militar. Antigamente, a Polícia Militar não tinha nenhum acesso ao banco de dados da Polícia Civil, não tendo como saber se a pessoa que estava sendo abordada na rua era foragida da justiça ou se pesava contra ela algum mandado de prisão, bem como seu prontuário criminal”, afirma.

As ligações dos cidadãos para o 190 acabam se revertendo em problemas, pois os atendentes não conseguem avaliar as ocorrências devido a falta de experiência, bagagem profissional, perspicácia e o fato de não serem policiais. Dessa forma, todas as chamadas tornam-se ocorrências. O despachante deveria ter competência para solucioná-las. Isso causa um estresse enorme para o radioperador. Sargento Rodrigues afirmou que os policiais militares deveriam retornar para o atendimento do 190 devido aos civis da MGS não entenderem do assunto, o que vem causando um número exorbitante de ocorrências, não havendo por parte deles discernimento, a prática do dia a dia do policial, como o radio-patrulhamento. O Centro Integrado de Comunicações Operacionais (CICOP) possui policiais com muita experiência e conhecimento que podem fazer um excelente trabalho.

Já o Superintendente Jurídico, Helter Morato, afirma que a MGS possui 390 funcionários divididos nos atendimentos do 193, 181, 190 e “olho vivo”, que são concursados, esforçados e treinados para os cargos. “São três meses de treinamento, sendo 305h de orientação e 60h de treinamento prático. São todos concursados, jovens comprometidos e há um monitoramento junto ao Centro Integrado de Atendimento e Despacho (CIAD).”

Durante a reunião, o deputado Sargento Rodrigues apresentou inúmeras fotografias com as condições precárias do CICOP, como chãos danificados, banheiros quebrados e interditados, como também as péssimas condições da parte elétrica, hidráulica e até a presença de insetos, como escorpião. “Nunca vi o CICOP tão abandonado como vi na semana passada. O CICOP deve ser tratado com zelo para que os trabalhadores façam um bom atendimento pelo 190”, afirma.

Segundo o Supervisor de Despacho de Patrulhas do CICOP – Sabará, Subtenente Robson Marinho da Silva, há uma grande sobrecarga de trabalho e nos finais de semana os recursos desaparecem. “Nós estamos sobrecarregados com essa demanda, não estamos suportando. É muita coisa jogada na cabeça dos despachantes. Nós estamos nos sentindo impotentes. Esta situação traz um grande transtorno psicológico para a gente. Nos finais de semana os recursos desaparecem, o efetivo diminui e às vezes fica apenas uma viatura para atender cinco bairros, deixa de atender algumas ocorrências graves, como lesão corporal”, denuncia.

O deputado Sargento Rodrigues afirmou que não há como atender à população da forma que deveria. Segundo o deputado, o teleatendimento está parecendo um call center e o Chefe do CICOP deve repassar essas informações ao Comandante-Geral da PMMG.

Chefe do CICOP, desde o início de 2012, o tenente-coronel Marcus Vinícius Veloso Lima, concordou que o prédio precisa de reformas urgentes. Ele lembrou que há dois anos houve, por parte da Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS), a liberação de uma verba através do Banco do Brasil de 1.100 milhão para as reformas do CICOP, porém ela foi cancelada e redirecionada para a construção do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

O deputado Sargento Rodrigues denunciou que neste último domingo havia 45 lâmpadas queimadas em um turno de serviço, o que atrapalhou a efetivação do trabalho.

De acordo com o atendente do 190, funcionário da MGS, Ozias Venâncio Alves, os funcionários não possuem reciclagem e os amplificadores estão estragados há dois anos. “Temos dificuldades em ouvir o solicitante, pois temos amplificadores que estão estragados desde quando entrei, há dois anos. O solicitante nos acha incompetentes, pois não escutamos direito. O serviço pode ser perfeitamente realizado por um civil, mas deve oferecer condições básicas. Não temos uma reciclagem apropriada. Já trabalhei em empresas privadas em que há feedback, monitoria, reuniões e avaliação individual. Em dois anos, tive feedback só duas vezes. Não temos condições de arrumar mecanismos por nós mesmos, nós somos funcionários. ”, afirma.

Segundo o Chefe do CICOP, até o final de 2013, as reformas das partes hidráulica e elétrica serão realizadas.

Sargento Rodrigues sugere que os policiais aposentados sejam reconvocados. “O governo poderia melhorar a forma de pagamento do que eles chamam de reconvocados. São policiais altamente experientes que cumpriram seu tempo na corporação. Então, reconvocar os policiais e melhorar financeiramente para eles seria uma solução.”

Durante o debate, o deputado Sargento Rodrigues questionou, por várias vezes, ao tenente-coronel Marcus Vinícius Veloso Lima se ele havia oficiado o Comando Geral da PMMG sobre todos os problemas citados, mas todas as vezes ele respondeu evasivamente “NÃO”.

A comissão aprovou requerimento do deputado Sargento Rodrigues para encaminhar as notas taquigráficas da reunião e o relato das condições precárias do CICOP ao Secretário de Estado de Defesa Social e o Comandante-Geral da PMMG. Outro requerimento, também de autoria do deputado Sargento Rodrigues, foi aprovado pela comissão para a realização de audiência pública para discutir a implantação do CICC.

 

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