Governo Zema oficializa o calote nos servidores da Segurança Pública
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- Criado: Sexta, 05 Novembro 2021 18:23
Durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os Secretários de Fazenda e Geral do Estado, Gustavo Barbosa e Mateus Simões, admitiram que o governo pretende dar o calote nas duas parcelas restantes da recomposição salarial dos servidores da segurança pública.
Pressionados pelo deputado Sargento Rodrigues e representantes de entidades e sindicatos, afirmaram que, caso seja aprovada a autorização de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal do Estado, a privatização da Codemig e os “ajustes administrativos” necessários, o governo enviará à Assembleia, no próximo ano, uma proposta de revisão geral salarial de todos os servidores do estado, com índice estimado em torno de 8%.
A resposta indignou a todos que participaram da audiência. O deputado Sargento Rodrigues classificou como desrespeitosa a postura do governo. “É muito feio o governador mentir, faltar com a palavra, dar calote numa categoria. Exatamente naquela que tem colocado Minas Gerais em posição de destaque e que ele tem usado para fazer propaganda da sua administração. Hoje mesmo, pela manhã, ele postou em suas redes sociais a notícia de que somos o estado mais seguro do Brasil, segundo o Ministério da Justiça. Ele só esquece de dizer que alcançamos esse status às custas do trabalho, do suor e do sangue dos homens e mulheres das nossas forças de segurança. E o que ele oferece a eles, em contrapartida? Manda seus secretários virem aqui e oficializarem o calote nas duas parcelas da recomposição salarial, que é um direito constitucional da classe”, afirmou.
Tanto os deputados, quanto os representantes dos sindicatos e associações, engrossaram o tom e deixaram claro ao governo que a paciência dos servidores acabou. “Os números apresentados hoje pelo Secretário da Fazenda confirmam que dinheiro tem e que a arrecadação, até outubro, aumentou em quase R$ 20 bilhões em comparação a 2020, desmentindo, inclusive, os argumentos usados para vetar as duas parcelas. Fizemos nossa parte na negociação, agora, cabe ao governo arcar com as consequências do que a classe decidir”, afirmaram.