Denúncia feita pelo deputado Sargento Rodrigues, em 2016, contra tentativa de obstrução da Operação Acrônimo, motiva ação da PF em casa de ex-comandante da PMMG

Na manhã desta quarta-feira (24/06), a imprensa mineira e nacional noticiou uma operação da Polícia Federal para busca e apreensão na casa do ex-comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, Coronel reformado Helbert Figueró de Lourdes. Ele, que esteve à frente da corporação no Governo de Fernando Pimentel, do PT, e antes foi Chefe do Gabinete Militar, está sendo investigado por tentar atrapalhar ou obstruir mandados judiciais da PF em decorrência da operação "Acrônimo", que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais, tendo o ex-governador e sua esposa como investigados.

Em fevereiro de 2016, o deputado Sargento Rodrigues encaminhou denúncia neste sentido, ao Superintendente Regional da Polícia Federal em MG, Dr. Sérgio Barbosa Menezes. No documento, o deputado relata ter recebido informações de que, em janeiro daquele ano, quando o Coronel Helbert Figueró ainda era Chefe do Gabinete Militar do Governo, o mesmo emitiu ordem para que 23 policiais do Batalhão de Choque fossem escalados para fazer a guarda e segurança do governador e de sua esposa, no Palácio da Liberdade e do Mangabeiras, onde residiam oficialmente. Escalas de serviço foram anexadas ao ofício, comprovando a denúncia.

Segundo fora informado ao deputado, o objetivo do procedimento seria, exatamente, retardar ações da Polícia Federal no cumprimento de eventuais mandatos judiciais naqueles locais, emitidos em razão da operação “Acrônimo”, que já estava em curso e sendo amplamente divulgada pela mídia local e nacional. Quatro anos e meio depois, a denúncia motivou operação de busca e apreensão na casa do coronel. “A escala de policiais do BPChoque chamou nossa atenção, uma vez que existe o Batalhão de Polícia de Guarda, criado exatamente com o objetivo de fazer a guarda de determinados prédios públicos e a segurança de autoridades do Estado, dentre elas o Governador. Assim, a movimentação de policiais de outras unidades, para essa função, seria totalmente desnecessária e questionável. Apenas algum objetivo muito específico, com motivações pessoais, poderia ter provocado tal ato, fato que agora parece se confirmar. É gratificante ver que, mesmo tanto tempo depois, nossas denúncias estão sendo apuradas”, relata Sargento Rodrigues.

Vale ressaltar que, em 05 de fevereiro de 2016, ofício do mesmo teor foi entregue, em mãos, pelo deputado, ao Coordenador da Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público, Dr. Geraldo Ferreira da Silva. “Até hoje, não temos conhecimento de inquérito civil aberto para apurar a improbidade administrativa praticada, à época, pelas referidas autoridades. Esperamos ver algo acontecer também neste sentido”, comenta o deputado.

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