Suicídios e adoecimento da tropa devem ser freados pelo Governo do Estado e Chefes de Polícia
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- Criado: Terça, 27 Agosto 2019 17:16
O deputado Sargento Rodrigues, na tarde desta terça-feira, 27/8/2019, durante a reunião de plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) solicitou um minuto de silêncio em respeito ao 3º Sargento PM Denizar Rubens Santos, Comandante do Destacamento de Marmelópolis/ 56º BPM, que cometeu autoextermínio na data de hoje, o que tem acontecido com muita frequência em todo o Estado.
Na ocasião, o parlamentar também lembrou do suicídio, na semana passada, do Cabo PM Francisco Carlos Barroso Nolasco Junior, que postou uma carta em suas redes sociais falando que tiraria sua vida. O PM era lotado na 17ª CIA do 34º BPM, localizada em Belo Horizonte.
Segundo o deputado Sargento Rodrigues, em 2019 eclodiu uma série de suicídios dos profissionais da segurança pública, trazendo uma enorme preocupação. “Uma das causas é a escala de serviço. Hoje, nós temos 40 mil policiais na ativa, sendo dois mil reconvocados, quando deveria ser 51 mil. A falta do efetivo agravou, e muito, durante o desgoverno do PT, o qual prometeu a contratação de doze mil novos policiais e não conseguiu, sequer, repor o número de policiais que havia aposentado durante os últimos quatro anos do seu governo. Isso faz com que tenha uma sobrecarga de trabalho, o que adoece toda a tropa. Não só na PM, mas isso acontece com todos os servidores da segurança pública”, disse.
Sargento Rodrigues destacou, ainda, as atividades destes profissionais, que trabalham na poeira, no sol, na chuva, de madrugada, como também denunciam, constantemente, através da comissão de segurança pública, as escalas estressantes as quais são submetidos. “Hoje, o Governo aperta o Comando, este aperta os comandantes de batalhões que apertam a tropa com um engessamento da escala, não permitindo o convívio social, o que é fundamental, uma terapia para estes profissionais da segurança pública. Aliado a isso, temos a tensão da rua, troca de tiros, entre outras coisas. Com isso, eles absorvem as ”mazelas sociais”. Temos, ainda, o parcelamento de salários, que levou ao endividamento, trazendo problemas familiares. Isso tudo junta e transforma-se em uma bola de neve, fazendo com que alguns tirem suas próprias vidas”, completou.
Ao final, o parlamentar afirmou que aprovou requerimento para discutir o assunto com psicólogos, psiquiatras, entidades de classe, como também com os próprios profissionais da segurança pública, os quais poderão fazer seus próprios relatos. “O que estou fazendo é um pedido de socorro. Comandante-Geral da Polícia Militar, não deixe os comandantes apertarem e exigirem estatísticas, fazendo com que a escala estressante adoeçam a tropa. Chefe da Polícia Civil, não deixe que a falta de efetivo venha adoecer os policiais civis. General Mário, não deixe que a superlotação das cadeias e a falta de contingente do sistema prisional adoeçam estes profissionais porque os índices de suicídios têm ganhado os contornos alarmantes. Isso nós vamos discutir com absoluta responsabilidade, mas o Governo, o Poder Executivo e os Chefes de Polícia, precisam tomar providências imediatas com relação ao efetivo, sobrecarga de trabalho e as escalas, para tentar minimizar este sofrimento e este alarmante índice de suicídio dos profissionais da segurança pública”, concluiu.
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