Sargento da PM é mais uma vítima de tratamento humilhante e degradante por parte um Tenente em Pouso Alegre no Sul de Minas

1153159A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou audiência pública na manhã desta quarta-feira, 7/6/2017, para debater a suposta prática de abuso de autoridade e assédio moral por parte do Sr. Juliano Ricardo Costa, 1º tenente, em desfavor da Sra. Raquel Aparecida Vasconcelos, sargento, em episódio ocorrido no dia 3/11/2016.

Durante a reunião, a Sargento Raquel, que possui 23 anos de polícia, no conceito A50, afirmou que foi surpreendida e humilhada com a situação que ocorreu no dia 3/11/2016, no COPOM, em Pouso Alegre, local que trabalha há 15 anos.

“Eu e o Sargento Proença estávamos atendendo toda a demanda, pois era feriado prolongado e estava tendo uma mega operação na cidade com todo o policiamento do batalhão. Tinha dois telefones 190, dois rádios e um PABX tocando sem parar com muitas solicitações e demandas, pesquisando pessoas, viaturas, acionando a perícia, o guincho e apoiando o CPU quanto às ocorrências. Não dava tempo de ir ao banheiro, tomar água, nem tomar café e comer uma bolacha. Não tínhamos viaturas para atender todas as ocorrências e o CPU dava prioridades a algumas mais graves para que o serviço fosse feito da melhor forma possível. O fato ocorreu por volta das 19h30min, meu turno era de 14h30min às 23h. Eu já havia passado a ocorrência para o CPU e o teor era de um rapaz que estava em um bairro pedindo dinheiro. Então, solicitaram uma viatura para abordá-lo. A ocorrência foi passada diversas vezes ao CPU, via telefone e rede de rádio. A orientação dele era para priorizar as outras mais graves, como roubo, furto, etc. Foi quando o Tenente Juliano Ricardo Costa perguntou, na rede de rádio: “Que incompetência é essa que você não empenhou a viatura até agora? Por que demorou 38 minutos?”. Porém, não tínhamos viaturas disponíveis e ele começou a falar na rede de rádio, para superiores e subordinados ouvirem, “ta vendo a incompetência CPU, 38 minutos para empenhar uma viatura”, relatou a Sargento Raquel.

Ainda segundo a Sargento, naquela ocasião, ela começou a passar mal com ânsia de vômito, pois ficou muito nervosa e não tinha mais condições de lidar com aquela falta de educação. “Me senti um lixo naquela hora. Fui humilhada. Ele chegou ao batalhão e em tom irônico disse: “Você está passando mal? Vai ao médico, não fica fazendo teatrinho não”. Eu nunca tratei ninguém daquela forma. Alguns oficiais se protegem no interior de Minas e não foi a primeira vez que ele me humilhou. Já humilhou vários militares, mas todo mundo tem medo porque a perseguição sempre vem, sempre arrumam uma forma de punir. Eu durmo e acordo com isso todos os dias”, completou.

O comandante da 56ª Companhia do 20º Batalhão da Polícia Militar, localizada em Pouso Alegre, Tenente Juliano Ricardo Costa, como também o comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar, Tenente-coronel Eyder de Souza Lambert, convocados para a audiência pública, não compareceram à reunião e não mandaram nenhuma justificativa para as ausências.

Na oportunidade, o deputado Sargento Rodrigues afirmou que além de ser assédio moral, os fatos são considerados violação e transgressão disciplinar. “A Sargento Raquel é concursada e não é capacho de superior hierárquico. Não podemos admitir o tratamento humilhante e degradante Não se pode confundir hierarquia e disciplina com assédio moral e violação. Você é uma mulher de fibra e coragem. Pode ficar tranquila que aqui têm pessoas que conhecem muito esta matéria. O tenente tem que vir aqui porque foi convocado para esclarecer os fatos”, afirmou.

Rodrigues ressaltou, ainda, a Lei Complementar nº116/2011, de sua autoria, que dispõe sobre a prevenção e a punição do assédio moral na administração pública estadual, como também lembrou do antigo Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM) e a aprovação do novo Código de Ética dos Militares, aprovado em 2002. “Nunca pedimos que a hierarquia e disciplina fossem quebradas, mas tem que denunciar estas práticas. Superior tem que tratar subordinado com respeito”, afirmou.

Ao final, o chefe da Seção de Polícia Judiciário Militar, Tenente-coronel Ronaldo Moreira dos Santos, afirmou que não há nenhuma intenção de acirrar os postos e graduações porque a instituição é única. “Tem que se relacionar de maneira harmônica. Temos que evoluir no trato das relações humanas”, disse. Além disso, ele relatou que foi instaurada sindicância administrativa e procedimento de queixa disciplinar. “A intenção é primar pela aplicação da lei e transparência. Os fatos devem ser apurados e estão sobre apreciação da administração”, concluiu.

Veja o vídeo da Comissão aqui.

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