Violência em Paracatu recua, mas ainda há muito por fazer

1060705 optApesar da sensação de insegurança persistir, a criminalidade em Paracatu (Noroeste) parece estar recuando, sobretudo com relação aos homicídios. É o que afirmou o comandante do 45° Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel José Reinaldo Parreira, durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta segunda-feira (20/6/16), na Câmara local. Apesar da boa notícia, os deputados cobraram mais verbas para a segurança pública na região e o reforço do policiamento nas divisas do Estado.

Paracatu, segundo informações da PM, é responsável sozinha por 50% dos chamados crimes violentos registrados nos 17 municípios da Região Noroeste do Estado. No entanto, de março a junho deste ano, foram computados 24 assassinatos. No ano passado, foram 51 no mesmo período. Em todo o ano foram até agora apenas 22 tentativas de homicídio. "E janeiro e fevereiro foram recordistas de assassinatos, 18 nos dois meses. Mas de março pra cá, eles caíram, devido a reforço de 30 policiais vindos de Belo Horizonte, Unaí e Uberlândia. Os policiais estão focando seus esforços contra o tráfico, homicídios e roubos”, afirmou o comandante da PM.

O desafio é que essa trajetória continue. Por isso, o representante do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte-MG), o professor Carlos Bartolomeu, pediu mais iniciativas sociais que envolvam a juventude e ocupem o tempo útil dos alunos, atividades construtivas que os impeçam de se envolverem com a criminalidade. “Existem políticas públicas interessantes que deram certo no passado e que deveriam ser retomadas, como o Fica Vivo!”, afirmou, se referindo ao programa da PM desenvolvido junto a escolas. "Não acho que a redução da maioridade penal seja a solução do problema. É dolorido saber que um aluno seu foi vítima da violência”, apontou.

Nessa linha, o tenente-coronel ressaltou iniciativas como a Guarda Mirim, composta por 120 jovens entre 13 e 17 anos matriculados em escolas públicas. E pediu a construção de um centro socioeducativo adequado na cidade para que a custódia dos menores infratores não vá para Unaí (Noroeste), Patos de Minas (Alto Paranaíba) ou mesmo Sete Lagoas (Central). Outra iniciativa destacada pelo oficial foi a rede de postos de combustíveis protegidos, que reduziu o número de assaltos. “Também tentamos criar uma rede de comerciantes protegidos, mas ainda não foi possível”, explicou.

Polícia Civil - O chefe do Departamento de Polícia Civil de Unaí, Marcos Tadeu de Brito Brandão, reforçou que a cidade ainda vive dificuldades na segurança pública, mas já vivencia melhoras. “Já fomos a 15ª cidade mais violenta de Minas Gerais, mas tivemos 23 desses 24 homicídios apurados e diversas operações que resultaram em prisões. Tivemos 50% de redução da violência na área rural, também uma grande preocupação nossa", apontou. O delegado agradeceu ainda o apoio do Prefeitura.

O prefeito de Paracatu, Olavo Remígio Condé, pediu mais responsabilidade do Executivo estadual com o dinheiro público e mais apoio à segurança na cidade. “É nossa a melhor arrecadação de impostos do Noroeste mineiro, mas não recebemos nada de volta. O município gasta R$ 600 mil por ano com segurança. Temos feito nossa obrigação”, alertou. O presidente da Câmara, João Archanjo Mendes Santiago, reforçou as críticas. “O município é o responsável pela maior parte do investimento na polícia local. Somos grandes arrecadadores de impostos e estamos sendo desrespeitados pelo Estado”, acrescentou.

O vereador de Paracatu, Almir Camilo Andrade, pediu a audiência à Comissão de Segurança Pública. Ele responsabilizou o crescimento do tráfico de drogas pela criminalidade na cidade. “Muitas armas de fogo têm sido apreendidas, as pessoas se sentem ameaçadas, a violência é grande e abrange até a zona rural”, disse.

Presídio - O diretor do Presídio de Paracatu, José Cláudio Pereira da Silva, pediu mais investimentos na unidade, que conta atualmente com 300 presos, mas a capacidade seria para menos da metade, 135. Ele relatou que tem recebido presos das comarcas de Vazante e Guarda-Mor, na mesma região, atualmente sem presídios. “Estamos enfrentando problemas estruturais sérios, com falta de alojamento e banheiro adequados para os agentes prisionais. Além disso, tivemos problemas no telhado. Falta salubridade para os nossos funcionários”, completou.

Falta de investimentos é criticada

Autor do requerimento para a realização da reunião, o presidente da Comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), afirmou que o momento é difícil para a segurança pública no Estado, especialmente pela falta de efetivo policial e a diminuição das verbas de custeio às delegacias e batalhões. “Os próximos policiais só chegam às ruas em janeiro do ano que vem e não sabemos como eles serão distribuídos. Sem efetivo, nada se faz", disse.

Sargento Rodrigues defendeu ainda a descentralização dos recursos sobretudo visando a manutenção de delegacias. "O custeio é necessário. Nossa comissão tem acompanhado a execução orçamentária e esta tem deixado muito a desejar”, afirmou. Segundo o parlamentar, enquanto em 2014 a verba de custeio da Polícia Militar foi de R$ 376 milhões, em 2016 caiu para R$ 278 milhões, quase R$ 100 milhões a menos. O impacto disso é inevitável”, explicou.

Já o deputado João Leite (PSDB) afirmou que é preciso um olhar cuidadoso para Paracatu e todas as cidades nas divisas do Estado, reforçando que o melhor caminho é a mobilização da população. “Democracia funciona assim. Coisas acontecem de acordo com o grito da população. É preciso cobrar dos governos. Iremos cobrar também. E as polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal precisam se unir. É preciso uma grande operação nas divisas e cobraremos isso do Governo federal”, adiantou.

Fonte: ALMG

Fotos: Pollyanna Maliniak/ALMG

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