Sem resposta de Fernando Pimentel, do PT, próximo passo dos servidores será cruzar os braços
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- Criado: Segunda, 04 Abril 2016 09:02
Sem diálogo com o Governador do Estado de Minas Gerais, os servidores públicos estaduais, policiais e bombeiros militares, agentes penitenciários, socioeducativos e policiais civis, realizaram nesta sexta-feira, 1/4/2016, novo ato contra o parcelamento dos salários.
A mobilização começou às 13 horas na Praça da Assembleia Legislativa e reuniu cerca de 3 mil manifestantes que, após a concentração, seguiram a pé para a Praça da Liberdade. Desta vez, os servidores ameaçam cruzar os braços caso o Governador Fernando Pimentel, do PT, não se pronuncie a respeito da reivindicação do grupo.
Na ocasião, os servidores também solicitaram o pagamento integral, no 5º dia útil, pelo Governo do Estado. Além de atrasar o salário do mês de janeiro, Fernando Pimentel, do PT, parcelou os vencimentos dos servidores que recebem acima de 3 mil reais em três vezes nos meses de fevereiro e março, estendendo o parcelamento sobre os vencimentos de abril, maio e junho.
Como se não bastasse o parcelamento dos salários do funcionalismo público do Estado, o governador está prestes a assinar um acordo com a União, em que os únicos prejudicados serão os servidores públicos, pois tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/2016, que caso aprovado, permitirá que os Estados, em troca de desconto de 40% no pagamento mensal da dívida com a União, façam alterações na política do funcionalismo.
Entre as alterações propostas destaca-se:
A proibição de concessão de novos aumentos salariais para os servidores estaduais por pelo menos 2 anos (os servidores da segurança pública ficarão 3 ANOS sem reajuste: ativos, inativos e pensionistas);
O Estado não poderá nomear novos servidores, exceto para reposição de aposentados e falecidos (os efetivos dos agentes penitenciários e socioeducativos, Polícia Civil, Militar e Bombeiros, não aumentarão).
A aprovação de uma Lei de Responsabilidade Fiscal pelos Estados;
Instituição de um regime de previdência complementar para os servidores estaduais;
Aumento gradual, de 11% para 14%, na contribuição previdenciária paga por esses servidores. Todas as ações entrarão em vigor em até seis meses após a assinatura do acordo entre o Estado e a União.
De acordo com o deputado Sargento Rodrigues, com o atraso dos salários dos servidores por 6 meses, Fernando Pimentel está sacrificando os servidores públicos com os parcelamentos e o não pagamento no quinto dia útil.
“Como presidente da comissão de segurança pública, eu sei o impacto que isso tem para o servidor. Isso não é um governo sério, que merece respeito, mas sim um governo que está fazendo exatamente o oposto do que prometeu durante sua campanha”, afirmou.
Para o deputado, a medida que os servidores saem às ruas em protesto, demonstrando o descontentamento, eles esperam no mínimo que o Governo venha conversar com a classe. “O servidor não pode ser sacrificado. Quem está saindo no prejuízo são os trabalhadores, servidores públicos do Estado de Minas Gerais. Essa conta não pode ser paga no lombo do servidor público”, finalizou.
Ao final da manifestação, os servidores da segurança pública decidiram que a próxima mobilização ocorrerá no dia 4/5/2016 e que o próximo passo é a paralisação, pois somente assim, o governador dará ouvidos aos servidores. Os deputados Sargento Rodrigues e Subtenente Gonzaga se reunirão com os representantes das entidades de classe para discutirem as novas estratégias.