Com mais de 50% das viaturas quebradas, policiais militares da 24ª CIA PMMG do 16º BPM fazem o possível para realizar um bom trabalho
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- Criado: Quinta, 22 Outubro 2015 17:28
A 24ª Companhia de Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), localizada no bairro São Gabriel, região Noroeste da Capital, recebeu a visita da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na manhã desta quinta-feira, 22/10/2015, para verificar as condições de trabalho dos policiais, como também os recursos logísticos disponíveis a eles.
A Comissão já havia realizado audiência pública na segunda-feira no bairro quando discutiram os índices de criminalidade e violência, bem como a transferência da 24ª CIA PMMG, quando o Comandante-Geral não permitiu que o Major Cleiton, comandante da Companhia, comparecesse a reunião. Diante da situação, os deputados Sargento Rodrigues e João Leite decidiram visitar a Companhia para averiguar a situação.
De acordo com o deputado Sargento Rodrigues, durante a audiência pública houve muitas reclamações por parte dos moradores que deveria haver mais patrulhamento perto das casas, pois estava sendo concentrado apenas próximo aos comércios. “Havia 200 pessoas na reunião e estamos passando o clamor deles que não querem a transferência da Companhia”,afirmou.
Ainda segundo Rodrigues, o intuito da visita era de conhecer as reais condições de trabalho dos policiais, se há equipamentos, armamento, munições e viaturas. “Para uma Companhia de polícia, as acomodações não são adequadas e satisfatórias. Aqui não tem uma estrutura que comporta uma Companhia”, disse.
Em relação às viaturas, a Companhia possui, apenas, 21 viaturas, destas, 11 estão quebradas por diversos problemas mecânicos e 2 emprestadas. Destas viaturas, são lançadas 4 por no turno, sendo 3 básicas e uma GEPAR. Além disso, os alojamentos masculinos e femininos são péssimos e o local possui apenas 91 policiais militares para realizarem o patrulhamento. “Quase 100 policiais estão trabalhando, dando o duro, fazendo o melhor possível para a comunidade, mas a estrutura da unidade é horrível. Os alojamentos estão em péssimas condições. Os policiais, com certeza, merecem uma edificação melhor”, ressaltou o deputado Sargento Rodrigues.
Durante a visita, Sargento Rodrigues explicou, ainda, que de acordo com os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) do Estado houve uma enorme queda no investimento e, principalmente, no custeio da PMMG nos nove primeiros meses deste ano em comparação ao ano passado, a redução foi de R$152 milhões no repasse da verba de custeio. “Esta foi a diferença da redução da verba que existe para fazer funcionar o que já existe. Enquanto em 2014 o Governo repassou R$343 milhões, este ano foram encaminhados apenas R$191 milhões”, disse.
Segundo o Comandante da 24º CIA PMMG, Major Cleiton, a unidade é responsável por 32 bairros e por proteger cerca de 140 mil pessoas, somando quase 300 mil que circulam na região e dependem diariamente da companhia. Ele lembrou, ainda, que a região apresenta o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Capital. Para o comandante, apenas este ano, a 24ª Companhia registrou 259 ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas, 61 homicídios e a apreensão de 95 armas. Em relação as instalações, ele disse que precisa, urgentemente, de um lugar mais digno para os policiais militares.
Rodrigues esclareceu, ainda, que será elaborado um relatório com todos os detalhes para que o Governo do Estado pare de contingenciar recursos da segurança pública. “Isso é uma demostração clara do porque a população está reclamando. A medida que corta recursos do custeio, do investimento, da segurança pública, estes índices acabam subindo”, explicou. O parlamentar disse que encaminhará ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e destacará emendas para que o Governo do Estado dê uma atenção maior a esta área. “Corte de custeio, que é o que o Governo está fazendo, é algo inadmissível ao funcionamento da máquina pública. Se há 11 viaturas baixadas, isso diminui aqui mais de 50% da capacidade de resposta ao crime e isso a população sente na pele”, afirmou.
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