Moradores, comerciantes e alunos do bairro Lagoinha cobram medidas de segurança

DSC 0079 optOs altos índices de furtos e roubos a mão armada, como também a adoção de medidas de segurança para coibir estes crimes na região da Lagoinha, especificamente no entorno do Centro Universitário de Belo Horizonte, UNI-BH, foram discutidos em audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira, 7/7/2015.

Segundo o deputado Sargento Rodrigues, Presidente da comissão, o assunto vem incomodando a todos no entorno da UNI-BH, como a comunidade acadêmica e transeuntes, pelo aumento dos índices de furtos e roubos. “O bandido sabe que os professores e alunos ficam no campus por cerca de 3h30min e assim fica mais fácil o roubo e arrombamentos de veículos”, disse.

Ainda segundo Rodrigues, com a existência de uma faculdade, cresce o comércio no entorno devido ao número de estudantes e isso faz com que determinados infratores migrem para a região. Rodrigues destacou, ainda, que ações das polícias civil e militar podem melhorar a situação, como o policiamento velado e investigações da polícia civil. Ele também afirmou que sugestões coletadas na audiência pública podem desencadear ações e planejamento integrados.

Na ocasião, Sargento Rodrigues lembrou que houve um aumento dos índices de roubos e furtos em Belo Horizonte e ressaltou que o Governo do Estado não está fazendo o repasse de verbas para custeio das polícias militar e civil, como também do Corpo de Bombeiros. Ele mostrou a matéria, publicada no Jornal O Tempo, “Sem manutenção, percentual de viaturas paradas chega a 40%”. Segundo ele, não há como brincar com o repasse desta verba, o que não está acontecendo. “Verba de custeio para as instituições policiais deve estar em primeiro lugar. Se a verba não chega às polícias, eles não conseguem soerguer a sua frota. Dessa forma, não há como fazer o policiamento ostensivo”, afirmou.

“Não dá para permitir que o custeio seja colocado em segundo momento. Ele deve ser colocado como primeira necessidade pelo Governo”, esclareceu Rodrigues.

De acordo com a reitora do UNI-BH, Vânia Amorim Café de Carvalho, a faculdade tem buscado uma grande articulação para coibir os crimes. Segundo ela, a aproximação com a polícia militar encaminhou muitas ações que serão implementadas. “Desde 2011 disponibilizamos na rua diamantina uma estrutura que deve voltar a ser ocupada pela polícia militar para que ocorra a redução do índice de criminalidade e traga uma sensação de segurança”, explicou. Ela também esclareceu que o campus Lagoinha agrega um grande número de alunos que querem agir para conseguir melhorias para a segurança na região. “Estamos fazendo levantamentos sobre a segurança na região. As nossas conversas com as empresas e a polícia militar têm sido muito importante”, disse. A reitora do UNI-BH também afirmou que a universidade apoiará as propostas para um bem-estar dos alunos e comunidade.

DSC 0115 optA presidente do Movimento Lagoinha Viva, Maria Teresa Vergueiro Silva, afirmou que, muitas vezes, os vários problemas são de planejamento. Para ela, a insegurança na cidade e na região não é só caso de polícia, mas de vontade política, com uma maior participação da sociedade civil organizada. “Existe uma falta de vontade política. Temos que ter o Ministério Público presente em todas as ações. Nós atuamos, buscamos, demandamos e nada acontece”, destacou. No encontro, Maria Teresa lembrou da falta de iluminação e policiamento na passarela próxima à estação do metrô da Lagoinha, que leva o bairro a rodoviária.

O presidente do Diretório Central dos Estudantes do UniBH Lagoinha, Fernando Augusto Reis Ferreira, afirmou que há um conflito de competências em relação à polícia militar porque sempre fica confuso qual área pertence um determinado batalhão ou companhia. “Os assaltos e roubos são recorrentes na região e muitos alunos não fazem a ocorrência por acharem que estão perdendo tempo”, afirmou. Segundo ele, os usuários de crack também ameaçam os alunos com cacos de vidros. Fernando também pediu esforços para que os problemas sejam reduzidos. “Precisamos da soma de esforços para reduzir o problema”, solicitou. Para Fernando Augusto, uma das medidas que poderia ajudar é a instalação de câmeras de videomonitoramento na região.

O pastor e líder de segurança da Igreja Batista da Lagoinha, Gleyson Hernane Marques, informou que a Igreja tem culto todos os dias e possui cerca de 65 mil membros. Ele explicou que há muitas pessoas e carros sendo roubados e que a Igreja trabalha junto com a polícia militar para coibir estas ações na região. O pastor também reforçou que existe dificuldade de comunicação com a Polícia Militar, principalmente para identificar a qual batalhão ou companhia pertence uma determina área. “Nós queremos alargar a comunicação entre nós, para, junto com a Polícia Militar, trazer uma direção no que tange à segurança pública no local”, afirmou.

DSC 0030 optO diretor da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte (Facisa), Antônio Baião de Amorim, solicitou o retorno do funcionamento total da delegacia da Rua Diamantina e a definição da divisão de competências da Polícia Militar, que varia de acordo com determinadas áreas do bairro. Ainda segundo Antônio, pela proximidade com o Centro de Belo Horizonte, os alunos vão e voltam a pé, o que aumenta o risco de furtos e roubos. “Em horários de pico, os alunos vão e voltam a pé. Sem ser em horários de pico, as ocorrências também aumentaram porque a passarela fica desprotegida”, destacou.

Segundo o presidente do Movimento das Associações de Moradores de BH, Fernando Santana, é necessário debruçar em cima deste problema de segurança pública. “Os cidadãos pagam seus impostos e querem sua segurança estabelecida. A cidade não pode ser tratada como terra de ninguém. Não podemos permitir estas situações”, afirmou. Para ele, é necessário buscar soluções efetivas para a cidade junto ao poder público. Ele também criticou a falta de ação conjunta, para toda a cidade, envolvendo a comunidade e os moradores.

A delegada da Regional Leste, Gislaine de Oliveira Rios Xavier, ressaltou a importância de registrar a ocorrência policial, ainda que o cidadão tenha dificuldade. “A gente precisa registrar a ocorrência porque o trabalho investigativo vem posterior ao crime”, disse. Segundo ela, há também parcerias com a polícia militar.

Gislaine esclareceu que a polícia civil faz a parte dela, mas não há como trabalhar sozinha. Ela exemplificou que já ocorreu de não ter acabado de lavrar o flagrante e já havia chegado o alvará de soltura do preso, o que causa uma desmotivação dos policiais. “Quando isso acontece, é uma desmotivação para os policiais militares e civis. Eles acham que estão enxugando gelo”, afirmou.

O comandante do 16º Batalhão da PM, tenente-coronel Cláudio Vitor Rodrigues Rocha explicou o problema na região não é apenas das polícias, mas passa pelo cunho social, com a presença de usuários de drogas e moradores de rua. Ele disse que a divisão de competências na região está sendo resolvida e que está ouvindo as pessoas e trabalhando em conjunto com a Polícia Civil. Ele esclareceu que a solução não é apenas colocar uma viatura 24h na porta do UniBh. Ainda segundo ele, a polícia militar está voltada para o cidadão de bem, como a comunidade, os alunos e transeuntes.

Cláudio Vitor também informou que uma das ações da PM será fracionar as Companhias por bairros. Segundo ele, um tenente discutirá ações de segurança pública com a comunidade, como as demandas e quais serviços serão prestados. Ainda segundo o comandante, 64% de todas as ocorrências em Belo Horizonte são relacionadas a roubo de celular. Ele se colocou à disposição para solucionar o problema. “Temos que trabalhar em conjunto. Sabemos dos problemas e temos procurado resolvê-los”, afirmou.

Para o comandante da 20ª Cia. da PM, Major Ronaldo Moreira dos Santos, afirmou que depois do debate surgirão práticas bem-sucedidas para chegar até as soluções dos problemas. Ele informou que será implementado o programa Koban, política japonesa de segurança pública, que será uma base comunitária que servirá de apoio para a comunidade e para o UniBh.

DSC 0081 optSargento Rodrigues destacou que a comunidade espera ações concretas por parte das polícias civil e militar. “No debate conseguimos fazer a discussão com mais amplitude, mas o que a comunidade espera são ações concretas da polícia civil e militar”, disse.

Ao final, Rodrigues apresentou requerimento para debater questões relacionadas à vulnerabilidade social na região da Lagoinha, em particular a população de rua, usuários e dependentes químicos, como também migrantes no entorno estação rodoviária. Segundo o deputado, o Estado precisa desenvolver políticas públicas para oferecer abrigos para estas pessoas. “Não é uma tarefa fácil porque muitas dessas pessoas não desejam ir para clínicas de recuperação, nem ser retiradas das ruas”, disse.

O parlamentar também apresentou requerimento para a realização de audiência pública para tratar dos crimes de roubos e furtos de veículos, como também o comércio ilegal de peças, principalmente na Avenida Pedro II, em Belo Horizonte.

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