Comissão de Segurança Pública da ALMG constata falta de recursos no 2ºBBM
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- Criado: Quarta, 01 Abril 2015 18:35
O 2º Batalhão de Bombeiros Militar localizado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), recebeu a visita da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira, 1/4/2015, para certificar as condições de trabalho e a manutenção do funcionamento das instalações do batalhão. O Presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues, constatou que o batalhão não possui cloro para manutenção da piscina, como também a falta de repasse de recursos, através do Governo do Estado, durante este ano. Os bombeiros informaram que não foi realizado o repasse de dinheiro para custeio nos meses de janeiro, fevereiro e março.
Ao chegar no batalhão, Sargento Rodrigues reafirmou que a visita da comissão é para reforçar a cobrança destas verbas e manutenção das instalações. “O motivo da visita é conhecer de perto as informações para cobrar do Governo”, disse.
Durante a visita, os bombeiros militares informaram que o batalhão possui 30 viaturas operacionais, mas 10 não estão funcionando, como 5 unidades de resgaste (UR), 2 autobombas (AB), 1 autobomba salvamento (ABS) e 2 auto salvamento, o que representa 33% da frota.
Segundo o Comandante do batalhão, Tenente-coronel Geraldo Henrique Medeiros, quando as viaturas não são consertadas no próprio local, há um sistema de quarteirização, através do valecard, que demora para que ocorra a manutenção. De acordo com os bombeiros, uma das coisas que dificulta a manutenção da parte eletrônica das viaturas, como injeção, é a falta de equipamentos.
Em relação ao combustível, o comandante afirmou que o Governo instalou um sistema de abastecimento digital, que é mais rápido e econômico, além de gerar um controle mais eficiente da quantidade utilizada por mês. Segundo ele, este sistema não consegue ser adaptado para o abastecimento de equipamentos motoestacionários, como motosserra, motor de poupa e desencarcerador.
Pelo fato de não ter como abastecer no próprio batalhão, foi necessário que o comandante fizesse um pregão emergencial e negociar este abastecimento destas máquinas com um posto de gasolina. Segundo os bombeiros, este mês há combustível para abastecer apenas duas motosserras, sendo que a unidade possui seis.
Já em relação ao cloro para manutenção da piscina, o batalhão não possuía o produto. A unidade tinha apenas outro produto que deve ser utilizado junto ao cloro para ser eficaz. Para o deputado Sargento Rodrigues, esta falta de cloro afeta diretamente as atividades do batalhão. “No batalhão não tinha um grama de cloro para a limpeza das piscinas. Eles trabalham em uma escala operacional, ficam de prontidão 24 horas por dia e precisam treinar nestas piscinas. Se não há cloro para treinar, há um prejuízo destas atividades”, explicou.
De acordo com Sargento Rodrigues, a falta de repasses por parte do governo gera prejuízos. Segundo o parlamentar, isso é uma demonstração de falta de responsabilidade devido ao fato do Governo receber os valores arrecadados com a taxa de incêndio, que é repassada ao Governo, por todos os contribuintes que utilizam edificações para exercer atividades de comércio, indústria e prestação de serviços, sendo que parte destes recursos arrecadados deveriam ser destinados ao CBMMG.
Rodrigues destacou, ainda, que a Lei nº 6763/1975, em seu parágrafo 3º do art. 113, determina que o produto da arrecadação da taxa será aplicado, no percentual mínimo de 50%, no reequipamento da unidade operacional de execução do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Ainda segundo o parlamentar, todos os bombeiros militares, do Soldado ao Comandante, que trabalham na unidade estão fazendo “das tripas o coração” para o batalhão funcionar normalmente sem os repasses das verbas. Ele ressaltou que espera que o Governador do Estado tenha mais sensibilidade e consiga priorizar as atividades que são essenciais para a população. “O Corpo de Bombeiros Militar é a instituição mais querida do mundo, principalmente pela função que desempenha, salvando vidas”, disse.
Apesar de enfrentar estes problemas, o batalhão que atende 30 municípios, já finalizou 4.200 ocorrências apenas este ano e possui, apenas, 10 ocorrências reprimidas, sendo 8 de cortes de árvores e 2 para conter enxames.
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