Policiais Civis agiram dentro da Lei quando cumpriram o mandado de prisão na Rádio Itatiaia
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- Criado: Quarta, 17 Dezembro 2014 12:06
Os parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizaram audiência pública nesta terça-feira, 16/12/2014, para esclarecer a ação dos policiais civis ocorrida na Rádio Itatiaia, no dia 9/12/2014, quando cumpriram seus deveres funcionais.
Armando Pereira da Cruz foi preso pela Polícia Civil dentro dos estúdios da Itatiaia enquanto dava uma entrevista para o programa Chamada Geral, apresentado por Eduardo Costa. Ele é investigado na operação Lavagem III da Polícia Civil, que investiga esquema de fraude, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e corrupção que atuaria em Santa Luzia, Vespasiano e Confins, como também na Capital e em Sete Lagoas. Armando também é acusado de coação de testemunhas.
Segundo o deputado Sargento Rodrigues, foi uma "tempestade em copo dágua", até pelo fato de os envolvidos possuírem mais de 10 anos de polícia e “ficha irretocável”. Ele afirmou que não existe nada que impeça que a decisão seja cumprida em uma emissora de rádio. “Nós não podemos transformar essa audiência em uma tempestade em copo dágua. Eu não vi, em momento algum, a configuração do crime de abuso de autoridade. Os policiais civis são muito educados, eles agiram de forma correta, com cuidado e zelo. Eles prenderam e não usaram nem algemas, o Armando foi tratado com garantias fundamentais. Eles estavam apenas cumprindo ordem judicial”, disse. Os policiais também alegaram que um mandado de prisão tem que ser cumprido seja onde for, para a segurança da população.
Em relação a Rádio Itatiaia, Sargento Rodrigues ressaltou que rádio é democrática e muito importante para os cidadãos mineiros. “Que a rádio itatiaia presta um serviço de altíssima qualidade é indiscutível. A rádio tem que ser nossa parceira, pois ela é fundamental e nós precisamos dela ”, destacou.
Já o jornalista Eduardo Costa fez um breve relato do que aconteceu. Ele contou que os policiais civis entraram na rádio e procuraram por ele. Como os policiais queriam prender o acusado naquele momento, ele pediu paciência, enquanto entrava em contato com o ouvidor de Polícia Paulo Vaz Alkimim. Assim que conversou com o ouvidor de polícia, Eduardo pediu que um deles falasse com o ouvidor. O Ouvidor sugeriu que os policiais aguardassem fora da rádio para efetuar a prisão, mas eles seguiram adiante com a operação e conduziram Armando Cruz à delegacia.
Eduardo Costa afirmou, ainda, que os policiais civis foram respeitosos o tempo todo e que eles também estavam assustados, pois estavam cumprindo ordens. “Aqueles moços são tão vítimas quanto eu. Eles estavam cumprindo ordem de alguém”, afirmou.
Os representantes da Polícia Civil fizeram questão de elogiar os policiais que efetuaram a prisão. O Presidente da Comissão de Prerrogativas do Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepominas), delegado Paulo Felipe Saback, destacou que já havia sido expedido mandado judicial para a prisão de Armando Cruz. O delegado explicou que a doutrina policial estipula rapidez na prisão em situações como essa e que a ação demonstra que os policiais agiram de forma correta. “Não houve arbitrariedade e ilegalidade. Além disso, ninguém sabia se o procurado estava armado ou poderia fazer o próprio jornalista de refém”, ressaltou. Paulo Felipe Saback reiterou seu apoio aos policiais civis. “Eu queria dizer que apoio inteiramente a ação dos policiais. A vida dos policiais não é fácil, é difícil porque temos que decidir algumas ações em segundos. Os policiais civis agiram com razoabilidade e bom senso”, afirmou.
O Subcorregedor da Polícia Civil, Antônio Gama Júnior, informou que no dia da prisão ele foi à rádio, entrevistou funcionários e coletou informações. Dessa forma, ele produziu um relatório e sugeriu apuração administrativa e penal. O procedimento, agora, está a cargo de outro membro da corregedoria.
Ao final, o deputado Sargento Rodrigues reiterou que não viu nenhum crime, nenhum abuso de autoridade, realizado pelos policiais e informou que apresentará uma manifestação de aplauso, na Comissão de Segurança Pública, para os policiais que cumpriram seu dever e cumpriram bem. “Cumpriram a lei ao pé da letra, nada mais”, disse.
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