VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS DE MINAS GERAIS É DISCUTIDA NA ALMG

DSC02799 optA violência nos estádios de Minas Gerais foi tema de audiência pública realizada por reunião conjunta das Comissões de Segurança Pública e Esporte e Lazer da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a requerimento do deputado Sargento Rodrigues, nesta segunda-feira, 10/11/2014.

Durante a reunião, o deputado Sargento Rodrigues falou da importância em discutir o tema, pois preocupa toda a sociedade. Ele lembrou das brigas que ocorreram no Paraná, no jogo entre Vasco e Atlético Paranaense, e em Recife, onde um torcedor foi morto por um vaso sanitário arremessado de dentro do estádio. Segundo o parlamentar, o maior desafio é que as autoridades façam um planejamento de segurança pública, para garantir a segurança de todos, como dentro e fora dos estádios, e também a segurança dos cidadãos. “Vamos cobrar das autoridades o que elas estão fazendo como medida preventiva”, afirmou. Rodrigues ressaltou, ainda, que existe um sentimento de impunidade em todo o país.

Já o pesquisador da Faculdade de Educação Física da Universidade de Campinas (Unicamp), Felipe Tavares Paes Lopes, informou que o Brasil possui um alto índice de violência, sendo que 60% dos homicídios acontecem por motivos fúteis e que acabam refletindo no futebol. Segundo ele, a violência nos estádios não tem apenas um autor, mas sim vários, como torcedores, dirigentes, imprensa e as forças de segurança. Ele também considera fatores indiretos como a falta de organização, o preço dos ingressos, os horários dos jogos e as canções dos times como causas do problema. Felipe Paes sugeriu que fossem criadas comissões locais para discutir a segurança no futebol, como também propostas concretas com medidas preventivas para dias de jogos. Outro ponto destacado por ele é a educação do torcedor, que deve ser acompanhada desde cedo.

DSC02821 optO coordenador do núcleo de inteligência da Secretaria de Estado de Turismo e Esporte, Coronel Wilson Chagas Cardoso, concordou com as palavras do pesquisador da Unicamp e afirmou que o problema é que as consequências ocorrem dentro dos estádios por coisas que aconteceram do lado de fora e por questão de criminalidade, envolvendo poderes, concessionárias dos estádios e polícias. “Como há vários atores, existe uma dificuldade em achar uma solução”, disse. Para ele, é preciso haver uma conscientização geral da gravidade do problema, uma prevenção criminal e o fim da impunidade. Ele ressaltou, também, que é necessário que todos os órgãos se unam na prevenção da paz social.

O deputado Sargento Rodrigues lembrou de uma pesquisa do Jornal “Estadão” que mostrou que 81% dos cidadãos disseram que é fácil desobedecer as leis no Brasil. Já na Alemanha e Inglaterra, as leis são mais rígidas e a cultura de obediência dessas leis e autoridades são diferentes em relação ao Brasil. “Aqui as leis são brandas demais e a impunidade vem aumentando cada vez mais”, disse.

Segundo o representante da Minas Arena, atual administradora do Mineirão, José Severiano Silva, o Mineirão foi reformado e melhorou muito para a circulação dos torcedores. Ele disse que são realizadas várias reuniões para organizar as partidas de futebol. “A gente quer dar conforto e lazer para os torcedores”, disse. Ele ressaltou, ainda, que a proposta da Minas Arena é discutir juntamente com todos as melhores maneiras preventivas. “Nossa proposta é andar junto com todos em busca de soluções”, destacou.

Já o gerente de instalações esportivas da Minas Arena, Coronel Sandro Teatini, afirmou que o objetivo é receber bem e oferecer conforto e lazer aos torcedores, mas que as análises de risco dos jogos e as ações conjuntas, principalmente entre a Polícia Civil e Militar, são fundamentais. “Estamos em todos os jogos tentando promover o melhor para o lazer e o divertimento”, explicou.

Para o gerente Operacional da BWA – Administração de Arenas, que administra o Independência, Helber Gurgel Carneiro, deve haver um planejamento de identificação dos pontos em que as torcidas ficarão como ponto preventivo. “Só não tem como prever o que cada torcedor fará”, disse. Ele também destacou que não é possível manter os estádios sem aumentar os preços. “Não há como comparar os equipamentos de antes e depois das reformas, tanto no Independência como no Mineirão”, afirmou.

DSC02805 optDe acordo com o defensor público, José Henrique Maia Ribeiro, a presença da Polícia Militar dentro dos estádios é extremamente importante. Ele também reforçou que deve haver um trabalho de conscientização das pessoas para viverem em sociedade, por meio de ações educativas.

O superintendente de Investigação da Policia Civil, Jeferson Botelho, destacou a importância do Estatuto do Torcedor, que trata de princípios, direitos, deveres e condutas criminosas. “O Brasil precisa melhorar a educação e a cultura”, explicou. Ele também ressaltou que os horários das partidas são inadequados e que a cobertura da imprensa e a impunidade devem ser revistos.

Para o assessor militar da Defensoria Pública, Coronel Idzel Fagundes, outro problema crônico em Belo Horizonte é o transporte público, que gera confrontos em diversos pontos da cidade, como também em bairros.

Ao final, foram mostrados dados em relação a segurança em jogos realizados na arena independência e no estádio do Mineirão. Em dias de grandes jogos, trabalham cerca de 2.500 pessoas, sendo um assistente por cada 100 torcedores e um brigadista por cada 500, além de 1.200 policiais militares divididos na área externa e interna dos estádios, como também em pontos estratégicos.

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