Decepção! Essa é a palavra que resume a participação do Comandante-geral da Polícia Militar, Cel Piassi, em audiência da Comissão de Segurança Pública (16/04) para conhecer e debater suas ações efetivas junto ao governo, em relação à recomposição das perdas inflacionárias dos policiais militares, da ordem de 41,6%. Com respostas evasivas e várias tentativas de desviar do foco da reunião, ele não apresentou nada de concreto. Esperávamos que pontuasse sobre reuniões realizadas e propostas levadas ao governo. Ao contrário, tentou se esquivar da responsabilidade sobre a política salarial e atacou os deputados, deixando claro o incômodo por estar ali como convocado e sendo cobrado pela comissão.

Vimos um comando que se dedica a entregar resultados positivos para o governo, sacrificando a tropa – como foi no carnaval, mas que não cobra a contrapartida. Posiciona-se contra a promoção aos 7 anos de serviço, não consegue emplacar a progressão horizontal e agora, para piorar, permite a destruição do IPSM ao não reagir à proposta de aumento em 5,5% da alíquota de contribuição dos militares da ativa, veteranos e pensionistas e ao permitir que o governo deixe de repassar 14,5% de contribuição patronal.

Se não pode ser mais incisivo nas cobranças, se não tem essa coragem, o mínimo esperado é que não persiga quem participa de mobilizações para reivindicar salário, um direito consagrado na Constituição Federal. Em vez disso, ele fez questão de tentar intimidar e desestimular participações, com ameaças veladas a esse respeito. Fiz questão de lembrá-lo que, se hoje os servidores da segurança têm um salário melhor, se são mais valorizados, foi graças ao Movimento de 97, que mudou, para melhor, as instituições. Em que pese a greve ser proibida aos militares, lhes é garantido o direito de reunião, de ir e vir e de reivindicar, de forma pacífica. Afinal, os direitos e garantias fundamentais, cláusulas pétreas da Constituição, abarcam também os que usam fardas! Esperamos que ele tire proveito das críticas e cobranças recebidas para amadurecer à frente do comando da instituição!

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