Deputado repudia silêncio de engenheiros que atestaram estabilidade na barragem de Brumadinho

Irresponsabilidade e falta de humanidade! Foi assim que o deputado Sargento Rodrigues, vice-presidente e autor do requerimento que deu origem à Comissão, classificou o silêncio dos engenheiros Makoto Namba e André Jum Yassuda, responsáveis pelo laudo de estabilidade da barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão, que se rompeu no dia 25 de janeiro. Protegidos por um Habeas Corpus concedido pelo desembargador Marcílio Eustáquio Santos, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e, sob orientação do advogado Augusto de Arruda Neto, não responderam às perguntas dos parlamentares durante oitiva realizada na CPI da Barragem de Brumadinho. Eles foram convocados para a reunião, realizada na manhã desta quinta-feira (02/05/19), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ambos os engenheiros eram funcionários da empresa Tüv Süd, que mantinha contratos para avaliação de segurança de várias barragens.

Mesmo diante da negativa de respostas dos convocados, que foram ouvidos separadamente, os deputados fizeram oralmente todas as perguntas programadas. Sargento Rodrigues destacou a importância de deixar claro que ambos concordaram com as alterações na forma de avaliação de risco da barragem e assinaram o laudo de estabilidade, mesmo sabendo que tal procedimento poderia não ser seguro. “Os senhores não se preocuparam com as vidas humanas, com o meio ambiente. O interesse econômico falou mais alto! Aquela tragédia, aquela chacina poderia ter sido evitada, mas nada foi feito. E esse silêncio dos senhores hoje, para mim, representa uma nova assinatura, só que, desta vez, em um atestado de culpa”, afirmou o deputado.

Além do silêncio, Sargento Rodrigues questionou a postura dos convocados que, segundo ele, demostrava frieza e falta de humanidade. “Os senhores não tem nem mesmo a hombridade de olhar nos nossos olhos. Centenas de vozes foram caladas em razão da irresponsabilidade e da ganância. Agora, vocês têm a oportunidade de colaborar, de nos ajudar a elucidar todos os fatos, mas fazem a opção de permanecerem calados. Vamos cumprir o que a lei determina e garantir que o direito de vocês seja respeitado, mas isso não diminui nem anula a indignação e a revolta que estou sentindo. Sinceramente, gostaria de saber se conseguem encarar seus familiares, se colocam a cabeça no travesseiro e dormem, tendo consciência de quantas pessoas estão há meses sem conseguir dormir, por tristeza, angústia, saudade ou mesmo por medo”.

Lembrando que a empresa Tüv Süd é responsável por laudos de estabilidade de dezenas de outras barragens em Minas Gerais, além da Córrego do Fundão, o deputado Sargento Rodrigues ressaltou a urgência de solicitarem à Secretaria de Meio Ambiente e à Agência Nacional de Mineração que façam rigorosa fiscalização em todas elas, para evitar novas tragédias. “Está claro que, mesmo sabendo dos riscos em Brumadinho, esta empresa concedeu laudos atestando a estabilidade da barragem e todos já sabemos o que aconteceu. Como podemos afirmar que nas outras não exista igual risco? Quem pode garantir aos funcionários e aos moradores das regiões que estão seguros? Não dá para confiar em nada mais que venha com a assinatura desta empresa e que carregue o nome da Vale”, afirmou.

Histórico - Logo após a tragédia, no dia 29 de janeiro, a juíza Perla Saliba Brito determinou a prisão do coordenador do projeto, Makoto Namba, e o consultor em geotecnia, André Yassuda, e ainda, de três funcionários da Vale responsáveis pela barragem. Pouco depois, em 6 de fevereiro, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou o pedido de liberdade de todos eles.

Durante reunião, foram aprovados requerimentos para a convocação de Denis Valentim, também da empresa Tüv Süd, e de Eiichi Pampulini Osawa, mecânico terceirizado da Vale, para audiências públicas a serem realizadas pela CPI. O primeiro, Denis Valenim, deve tratar de e-mail supostamente trocado com os engenheiros responsáveis pelo laudo de segurança dois dias antes do rompimento da barragem, no qual eles teriam mencionado problemas na planta da mineração. Já o segundo, Eiichi Pampulini Osawa, será chamado para explicar detonações na área da mina que poderiam ter sido gatilho para liquefação que levou à tragédia.

 

 

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