Oficiais do Corpo de Bombeiros não comparecem à audiência para esclarecer abertura de IPM contra presidente da Ascobom

O corregedor do Corpo de Bombeiros, coronel Marcus José Tibúrcio Lima, e o capitão Luiz Frederico Barreto Pascoal, chefe da Divisão de Auditoria do Serviço de Segurança contra Incêndio e Pânico da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros, não compareceram à audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, realizada na manhã desta terça-feira (10/04). Os deputados Sargento Rodrigues e João Leite, autores do requerimento, pretendiam ouvir os oficiais sobre a instauração de inquérito policial militar contra o sargento Alexandre Rodrigues, presidente da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (Ascobom-MG), em razão da sua participação em audiência pública na ALMG, quando fez críticas ao comando-geral da corporação e ao Governo do Estado.


Sargento Rodrigues abriu a reunião criticando a ausência dos oficiais e classificando a abertura do IPM como uma retaliação e um desrespeito aos direitos fundamentais do Sargento Alexandre, garantidos pela Constituição. “Além de ser presidente de uma associação de classe e ter o dever de representar os associados, ele participou da reunião também como cidadão. Comandante da PM ou do BM não tem autoridade para abrir procedimento administrativo para punir militar algum que venha à Assembleia exercer seus direitos. Afinal, todos são iguais perante a lei e têm livre manifestação de pensamento! Vestir uma farda não pode ser objeto de discriminação e muito menos razão para ter seus direitos fundamentais violados”, afirmou o deputado.

Esta não é a primeira vez que os Comandos e o Governo tentam calar protestos da classe. O deputado citou episódio ocorrido na cidade de Ouro Preto, na entrega da Medalha Tiradentes, no ano de 2016, quando ele próprio, acompanhado de sua equipe de assessores e presidentes das associações, foram impedidos de ter acesso ao local da cerimônia. A mando do Comando, cumprindo ordem do Governador, foram atacados com gás lacrimogênio e spray de pimenta. O Coronel da reserva, Domingos Sávio de Mendonça, também foi submetido a IPM por ter participado de manifestação contra o governo, na Praça da Liberdade, ocasião em que caixões foram queimados. “O Governo está tentando impor aos militares a Lei da Mordaça por meio de processos disciplinares, e os comandos estão sendo omissos, covardes e coniventes”, ressaltou Sargento Rodriugues.

Em apoio ao Sargento Alexandre, os presidentes da Aspra, Sargento Marco Antônio Bahia, e do CSCS, Cabo Álvaro Coelho, participaram da reunião e reafirmaram que não vão se calar. Ambos se colocaram a disposição para serem testemunhas de defesa no IPM, pois acreditam estar no caminho certo e que não podem se deixar abater.

O Sargento Alexandre, em sua fala, lembrou que há quase 20 anos atua como representante dos Bombeiros, por meio da Ascobom. Até então, não havia sequer uma comunicação disciplinar por insubordinação em sua ficha funcional. Hoje, está respondendo um IPM por ter chamado o governador e os Comandantes da PM e BM de covardes. “Não me arrependo de nada que falei e não vou me intimidar. Acreditei nas promessas de campanha e cheguei a pedir votos para o Governador Fernando Pimentel. Já no primeiro ano de mandato, percebi que eram só falácias e que, na verdade, o que houve foi um estelionato eleitoral. Fomos enganados! Tenho convicção de que nossos comandantes abandonaram as corporações em nome de um partido político”, afirmou.

O deputado Sargento Rodrigues chamou a atenção de todos para o risco que representa esse alinhamento ideológico partidário dos comandos. “Isso é o pior que pode acontecer. Comando sempre foi governo, mas a questão partidária nunca havia se sobreposto às obrigações que devem ter perante seus comandados. Esta omissão e conivência com os desmandos do Governo é inadmissível. O Coronel Marcus José Tibúrcio Lima e o capitão Luiz Frederico Barreto Pascoal têm obrigação legal e moral de virem nos esclarecer em que circunstâncias este IPM está sendo conduzido. Como presidente da Comissão de Segurança Pública, vou marcar quantas audiências forem necessárias para tratar do assunto. Farei isso até que atendam ao nosso convite ou até que os demais membros da Comissão, que são da base de governo, tenham a coragem de convocá-los, já que requerimento que apresentei neste sentido não foi aprovado. Tenho energia de sobra para representar e servir àqueles que me elegeram”, afirmou, já marcando para o dia 23 de abril uma nova audiência para ouvir os oficiais.

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